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domingo, 26 de outubro de 2014

Matutino, Vespertino ou Indiferente?


Os adultos, que dormem por volta de 7 horas, cerca de ¼ do tempo de sono é reservado aos sonhos. A clássica recomendação de dormir 7 a 8 horas por noite não tem fundamento. 

A predisposição para dormir um número maior ou menor de horas é passada geneticamente. 

Sete horas é apenas uma média estatística. O problema de quem só se satisfaz dormindo 9 ou 10 horas não é de saúde mas de imagem pública. Quanto mais a sociedade valoriza o trabalho e a produtividade, menos bem vistas são as pessoas que dormem mais. Na França, até o século XVII, antes da Revolução Industrial, o verbo (rever = sonhar) queria dizer algo (ruim = vagabundear).

A herança desse preconceito é a crença, comprovadamente falsa, de que pessoas "superiores ou mais inteligentes" dormem pouco. Napoleão Bonaparte, assim como Thomas Edison se contentavam com apenas 3 a 4 horas de sono. Napoleão ainda afirmava que "os homens precisavam dormir 6 horas; as mulheres, 7; os imbecis, 8", frase que a ciência se encarregou de provar como pouco inteligente. Pessoas idosas tendem a dormir menos e nem por isso ficam menos dotadas intelectualmente. Mas, não é só a duração média do sono que parece determinada geneticamente — a hora em que se vai para a cama também. 


Einstein dormia cerca de 10 a 12 horas por noite. 

A Cronobiologia — área do conhecimento que estuda a interação do tempo com os ritmos do organismo — divide as pessoas em três tipos, de acordo com seu sono: 

INDIFERENTES: a imensa maioria, são capazes de se habituar a dormir e acordar, em qualquer horário, o que não quer dizer que sejam capazes de adormecer a qualquer momento.

VESPERTINOS: representam 1 em cada 10 — têm os ciclos de produção de hormônios ligeiramente atrasados em relação aos demais; por isso, o pico de seu desempenho físico e mental ocorre à tarde e à noite. Os vespertinos não deixam de acordar cedo, se necessário; mas, se possível, ficam na cama até o meio dia. 

MATUTINOS: representam 15% da população, acordam espontaneamente por volta das 6 da manhã, mas, tendem a ficar muito lentos após as 22 horas. Essa classificação é fundamentada de acordo com a variação hormonal que, por exemplo, determina os picos de fadiga. 

De acordo com estudos realizados, todos os vertebrados são bimodais, ou seja, sentem sono 2 vezes por dia. Para os humanos, um desses períodos ocorre entre 12 e 14 horas, tenham, ou não almoçado. De qualquer maneira a Siesta — hábito de dormir após o almoço — teria aí seu fundamento orgânico.

O importante é entender que o ritmo biológico não muda. Assim, pelo fato de ter evoluído como um animal diurno, o homem jamais conseguirá trocar a noite pelo dia sem obter como consequência sérios prejuízos para a saúde.
Referências
  1. Monk, T H et al. Effects of Afternoon “Siesta” Naps on Sleep, Alertness, Performance, and Circadian Rhythms in the ElderlySleep; v. 24, n. 6, 2001.
  2. Sack R L et al.Circadian Rhythm Sleep Disorders: Part I, Basic Principles, Shift Work and Jet Lag Disorders  An American Academy of Sleep Medicine Review Sleep; v. 30, n. 11, 2007.
  3. Sono, sonho e seus distúrbios. Rubens Reimão, 1999.
  4. American Academy of Sleep Medicine. International classification of sleep disorders. Diagnostic and coding manual (ICSD-2). 2nd ed. Westchester, IL, 2005.
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Tel. (21) 2512 5151               faustoito@gmail.com


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